"Falam em diálogo mas não nos escutam", dizem os detratores da Campanha da Fraternidade 2021

A repercussão do vídeo de Dom Joaquim Mol que postamos recentemente em nossa página do facebook e youtube (até o momento com mais de 45 mil visualizações) atraiu esse tipo de comentarista da imagem abaixo.

É recorrente que os detratores da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 a critiquem por suposta contradição ao não escutarem o que dizem.
 
Notem, porém, o tipo de "diálogo" que esses críticos entendem que deve haver: aceitar conversa para sermos corrigidos. Isto é, na cabeça dessas pessoas suas críticas são absolutas e corretas, não cabendo a ninguém negar essa "verdade". A aceitação da conversa tem essa finalidade, apenas. Em tese, não haveria porque eles repensarem suas críticas, mas sim impô-las.

Martin Buber (1878-1965), fiólosofo, teólogo, jornalista e pedagogo, tratou da categoria DIÁLOGO em sua obra. Pé no chão, Buber reconheceu que o diálogo é um fenômeno humano que tem suas desafinações, não é um instrumento milagroso capaz de resolver todos os desentendimentos, carrega consigo ambiguidades, polaridades, dualidades, o desejo de dominar o outro com a "minha verdade", inclusive. Por isso, para que estivéssemos atentos ao que ele propunha, categorizou o diálogo em 3 tipos: 1) o diálogo autêntico, 2) o diálogo técnico e o 3) monólogo disfarçado de diálogo.

Pra isso aqui não virar um artigo científico, basta dizer que os detratores da CFE 2021 reivindicam "diálogo", mas na verdade eles querem o tipo 3: um monólogo disfarçado de diálogo. Eles demandam dize-nos o que pensam (supostamente bem intencionados e defensores da "verdadeira doutrina") e nós, os que apoiamos a CFE 2021 devemos escutar e aceitar. Isto é, não há diálogo real, apenas uma tentativa de dominação.
 
Pra quem quiser entender com mais profundidade as ideias de Buber, tem um link do Youtube abaixo.

Link: https://youtu.be/8Jo0dYysolA?t=1776

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