Política e uso de plataformas de mídias sociais - Prof. Wilson Gomes

Gente que se interessa por política e que aprendeu a usar bem apenas uma das plataformas de mídias sociais, não compreende bem para que servem as outras e acha tudo o que não usa uma futilidade. Enganam-se. Prestenção que vocês vão entender.

Twitter é onde hoje acontece a política nacional. Tem pouca gente? Tem. O que se escreve tem que ser lido instantaneamente ou não será lido? É vero. Mas Trump e Bolsonaro trouxeram o centro da política para aquela plataforma. Lá estão todos os políticos, lá o presidente e os seus filhos dão a pauta, a nota e a interpretação dos fatos, lá estão os jornalistas e as pessoas antenadas nos fatos. Quer saber o que está rolando, em tempo real? Twitter. Também é o lugar da formação dos climas de opinião, das tags, dos ataques, da formação e mobilização das manadas.

Facebook também é um bom radar para o que está acontecendo, mas nem de longe este é o seu forte. Facebook é o lugar onde os conteúdos são mais elaborados, mais duradouros e mais consistentes. Mas é também o lugar da treta (cada vez menos) e do atrito de pensamento, civilizado ou não. Pode parecer que não, mas se o Twitter roda a 300 km por hora, o Facebook desliza a 80, dando mais tempo para assimilação. O Twitter é mais nervoso, o Facebook é mais reflexivo.

Instagram é a rede para onde todo mundo está indo. Muita gente subestima a plataforma como um clubinho de celebridades e fãs e uma vitrine de exibição da vida privada, mas se esquece que é hoje o maior repositório de atenção pública e maior possibilidade de alcançar as pessoas que não necessariamente são taradas por informação política, como o povo do Twitter e do Facebook. Tem mais exposição inadvertida. Sem mencionar que tem a velocidade informativa do Twitter, considerável espaço reflexivo em vídeo, além das lives. É a coisa mais misturada e mais viva neste momento no mundo digital das plataformas. Há muito mais política (com muito mais gente vendo) no Instagram do que é capaz de imaginar as almas feicebuqueanas.

YouTube é um mundo maior que o mundo. Era um compartilhador de vídeos, hoje é o grande mercado de ideias do universo, onde você pode comprar uma doutrina, uma ideologia política, um guru para fazer sua cabeça, uma tribo identitária para chamar de sua e as informações, formações e interpretações da qualidade, cor e nível de profundidade da sua preferência. Tem atualidade e tem arquivo, tem interação e tem doutrinação, tem consumo avulso e oferta identitária. E é para onde apontam os links das outras mídias digitais. Há de um tudo ali.

WhatsApp... bem se você não sabe para que serve o WhatsApp na política, devia estar morando em Marte nos últimos dois anos.

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