Minha Quaresma 2014
Nesta Quaresma perguntei a minha esposa qual poderia ser meu jejum-renúncia neste ano de 2014. Já fiz de pão, refrigerante, cerveja, coca-cola, enfim. Todo ano tem uma renúncia diferente. Mas diz o Papa Francisco:
"@Pontifex_pt: A Quaresma é um tempo propício para a renúncia. Privemo-nos de algo todos os dias para ajudar os outros."
Sei que o sentido disso tudo não é a mera privação. Nem faz sentido que seja. No fundo, como diz o Papa Francisco no Twitter, qualquer renúncia precisa ter no seu horizonte o benefício de outrem. Eu concordo. Penso que renúncia tem a ver com autocontrole, provar para si mesmo que você é capaz de viver livre de qualquer coisa que te faça dependente. Que toma seu tempo, atenção e energias. E que, por conseguinte, te limitam no propósito de amar o próximo.
Graças a Deus não tenho nenhum vício mas se tenho algo parecido a "dependência", notável pra muita gente que chega e me diz: "Pô, você é polêmico, hein?!", ou, "caramba, como você gasta tanto tempo discutindo com aquela gente?!" e que se ampliou muito nesses tempos de ebulição social foram minhas postagens sobre política. No fundo, minha intensa militância virtual.
Sim, virtual. Quem convive comigo no dia a dia sabe que nem toco no assunto.
Em 32 anos de vida, nunca fui muito engajado. Nem era petista, sequer.
Só que em junho de 2013 o golpismo midiático (e de setores reacionários da sociedade) me tirou das estribeiras e me fez sair à luta por justiça contra uma descarada vingança "legitimada" por uma sanha insandecida de toga, cheia de ira. Mergulhei na contra-narrativa dos principais meios de comunicação que queriam trucidar o PT e sua história legítima em defesa da população mais pobre e sem oportunidades. Descobri, não sem dor, pessoas queridas com discurso tão preconceituoso, racista, sexista, elitista, cheio de ódio e segregador que me expus, critiquei, ironizei e - inevitavelmente - criei antipatias, em alguns casos, me isolaram mesmo. Detalhe: quase sempre fui xingado, mas nunca xinguei ninguém. Isso quando, na falta de argumento, uns e outros não apelaram até pra supostas contradições da minha vida pessoal pra tentar me caricaturizar. Não posso ser católico e petista, por exemplo...hehehe.
Mas voltando à pergunta que fiz a minha esposa sobre o meu jejum nesse ano:
Eu: - Filha, que tal se eu fizesse jejum de postar sobre política nas redes sociais nessa quaresma?
Ela: - Perfeito. Só assim você me ajuda mais nos afazeres de casa.
Eu: - (!)
Política agora, só na Páscoa, gente!
Abraço aos meu amigos politiqueiros. Sentirei saudades.
Na raça e na paz Dele,
J. Braga.
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