Semana Champagnat 2013 - Carta aos Educadores do Colégio Marista Patamares

“Vamos aos jovens lá onde eles estão”
Salvador, Junho de 2013

Prezados(as) Educadores(as),

No ano passado começamos esta Carta da Semana Champagnat aos educadores assim: “Há personalidades que marcam. Lembramos algumas como Teresa de Calcutá, Nelson Mandela, Ayrton Senna (...). Mas por que essas pessoas estão registradas de maneira tão singular em nossa memória coletiva? (...) São Marcelino Champagnat, também. O que o faz ser celebrado por já quase 200 anos, nos cinco continentes e que o perfila entre figuras humanas tão significativas?” Pois é. Talvez tenha a ver com seu caráter, a forma mais visível e marcante de toda e qualquer pessoa digna de ser chamada “personalidade”.

O caráter é distinto do temperamento e da personalidade, embora esteja relacionado a eles. O temperamento refere-se ao estado de humor e às reações emocionais de uma pessoa – o modo de ser. A personalidade envolve a emoção, vontade e inteligência de uma pessoa – aquilo que o individuo é. O caráter, influenciado pelo temperamento e personalidade, é o conjunto das qualidades boas ou más de um indivíduo que lhe determina a conduta – como a pessoa age. O caráter tem a ver com as escolhas que você fez durante a juventude, meu caro, minha cara. De novo elas... as escolhas na juventude. As escolhas das juventudes.

Em 2013, a Semana Champagnat traz como tema “Champagnat: Apóstolo das Juventudes” e o lema “Vamos aos jovens lá onde eles estão”. Jovens, aqui, são mais que indivíduos entre 15 e 29 anos (segundo a UNESCO). Também conformam mais que uma mera categoria sociológica. Ser jovem tem a ver com o inédito, é “viver, no substrato de erupções biológicas, a experiência de contato original entre um legado (social, cultural e familiar) e utopias que mexem nas estruturas sociais. Por isso, produz novas interpretações, gera novas formas de ação social e, claro, transformações”.

O lema “Vamos aos jovens lá onde eles estão” nos implica, então, duplamente. Primeiro a sair de nosso lugar em favor da interação, da experiência de empatia e, possivelmente, de adentrar certa zona de influência sobre meninos e meninas que estão sob nossos cuidados. Segundo – assumido nosso lugar de referência – provocá-los(as) e inspirá-los(as), a partir do que eles trazem, à projeção de algo mais profundo, mais pertinente, mais consistente não só para suas vidas particulares, mas num horizonte de coletividade, de transformação social.

É isso. Talvez, aqui, tenhamos pistas das razões pelas quais Marcelino Champagnat se perpetua na história. No fundo, ele influencia na formação do caráter de gerações e gerações de jovens, há quase 200 anos. E cada professor, cada professora que toma parte desta missão se torna o “rosto visível” desta ação sagrada, com sua contribuição e tesouro particular. Singularmente e para o resto da vida desses meninos e meninas. 

De alguma forma, imprime caráter à história.

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