Meu filho não gosta de ser contrariado
Ele não gosta de ser contrariado
Rosely Sayão
“Ah, se eu soubesse que ser mãe significava ter de contrariar o filho pelo menos cem vezes ao dia...” me disse uma mãe, sem conseguir terminar a frase. Mas entendi que ela só queria mesmo era lamentar.
Ela estava exausta de ter de enfrentar o choro triste, às vezes revoltado, do filho. Isso sem falar das birras ou da dor doída que a assaltava ao ter de enfrentar a carinha de sofrimento que ele fazia quando era contrariado.
Se pensarmos bem, educar é contrariar, não é verdade? O filho está dormindo e a mãe vai acordar e se está acordado a mãe diz que é hora dormir; o filho quer doce mas a mãe diz que ele precisa almoçar, ele quer brincar e a mãe diz que é hora de sair. E assim segue o dia...
É que a criança sabe o que quer desde muito cedo. Alem disso, ela só pensa no agora e é impulsiva. Com o tempo – e muito tempo! – ela vai aprender a pensar no contexto todo e não apenas em si, vai aprender que nem tudo o que quer faz bem a ela, e também que, mesmo sem querer ou gostar, algumas coisas precisam ser feitas.
Já o adulto, esse sabe que todo sofrimento passa, que há dores na vida que são inevitáveis e, entre outras coisas, que se a pessoa quer muito uma coisa que ela não consegue ter, ela pode mudar seu querer para conseguir se satisfazer.
Como criança não sabe nada disso ainda, ela sofre muito cada vez que é contrariada. Mas você não pode se deixar afetar por isso.
Sabe por quê? Porque aprender a superar uma frustração, a desenvolver estratégias para sobreviver a uma negativa ou insatisfação e perceber que a vida tem deveres e impossibilidades é vital para qualquer um.
Você vai querer que seu filho aprenda tudo isso, não é verdade? Então, respire fundo e continue seu trabalho educativo com seu filho mesmo que ele reclame, chore, sofra.
Ele ainda não sabe, mas você sabe: tudo isso é lição de vida para ele.
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