Feliz aniversário meu amor!

"É preciso viver um amor que desequilibre para
 sermos capazes de viver uma vida equilibrada"

Hoje é aniversário da minha amada esposa, a Delena. Desde a semana passada tentava equacionar um paradoxo: de um lado, a imensa vontade de dar um presentão pra ela e, do outro, a grana do meu orçamento que continua bem regrada. Nada muito anormal para o cotidiano do brasileiro comum.

Amanheci o dia ainda sem saber bem o que fazer. Ainda na cama, acordei e fiquei olhando, olhando e admirando ela dormindo. Cada pedacinho dela. Fiz uma pequena viagem lembrando nossa história. E que história bonita! Coisa de amor provado a ferro e fogo, resistente a tudo, a todos e com fôlego para ser eterno. Não enquanto dure. Eterno mesmo! Mas nada pior que não saber como demonstrar essa riqueza, logo no dia do aniversário.

Não era bem presente que me preocupava. No último fim de semana até já tinha dado umas "bijus" que ela viu numa loja e gostou. Ou seja, dar presente já tinha dado. O que sabia que não tinha conseguido - exatamente - era ser claro na expressão do afeto que me une a ela. Nesse dia especial.

Uma vez assisti um filme que dizia, mais o menos, o seguinte: "É preciso viver um amor que desequilibre para sermos capazes de viver uma vida equilibrada". Foi exatamente isso que minha esposa fez comigo: me tirou do eixo. E justamente por isso, fui capaz de retomar minha identidade e redescobrir o que há de melhor em mim. Sem ela, nunca teria mergulhado mais nas minhas inseguranças e limites para desbravá-los, reconhecê-los, assumi-los e assimilá-los. Minha Delena me faz ser a melhor pessoa que posso ser. Sem ela, eu não conseguia.  

De vez em quando ela é reclamona, cheia de cobrança. Impaciente. Mas é inteligente. Sabe quando pisa na bola, pede desculpas, é humana, muito humana. Tanto que às vezes exagera na insatisfação com a estética de mãe-de-família-trabalhadora-sem-tempo-pra-cuidar-do-corpo. Insegurança humana. Muito humana. E, ainda assim, ou melhor - por isso mesmo - continua linda. Muito linda.

Fiz surpresa. Fui com João Pedro pegá-la no trabalho (entregamos uma rosa), jantar num lugar legal e dizer, com o gesto: você é preciosa para nós. Tudo bem que João dormiu antes de finalizar o gesto. Dormiu antes de chegar ao restaurante. Mero detalhe. João Pedro, pra quem não sabe, pode tudo! Ainda mais sob o olhar do pai e da mãe dele. São uns bananas mesmo.

Pra variar, lá está ela. Deitada, dormiu vendo televisão. Cada detalhe, cada admirável pedacinho dela...um mulherão! Ela só não gosta quando lembro que agora ela voltou a ficar mais velha que eu. Alguns meses, mas é. Hehe...

Quem sabe amanhã ela lê isso aqui. Quer dizer, deixa eu postar logo esse texto antes que passe da meia-noite.

Meu amor, te quero e te amo, muito e sempre!

Na raça e na paz Dele,

J. Braga.