Imagens Digitais - Alfredo Roberto Marins Júnior
“Dominar-se a si próprio é uma vitória maior do que vencer a milhares em uma batalha.”
Sidarta
Certa vez ouvi (ou li, não sei ao certo), que os gráficos são as formas mais eficazes de mostrar valores para completa compreensão de quem os lê. Não discordo, mas creio em certas limitações. É claro que é simples entender que colunas menores significam redução de algum índice e uma “fatia” maior num gráfico de pizza demonstra que aquele candidato tem mais intenções de voto.
Mas quando a complexidade matemática aumenta, o gráfico confunde mais que ajuda. Digo isto ao lembrar das aulas de cálculo, quando o professor olhava para uma função que acabara de escrever e para nosso desespero perguntava: “não é óbvio para vocês que o gráfico desta função é um parabolóide hiperbólico?”
Não. Para nós não era óbvio.
Se você alguma vez ouviu falar da “Teoria do caos”, deve ter visto um fractal, aqueles desenhos de aparência psicodélica onde qualquer parte é uma representação em miniatura do todo. Abaixo, temos um zoom seqüencial num fractal denominado Conjunto de Mandelbrot. Eu não saberia explicar a relação entre a função matemática e o fractal, então me limito a contemplá-lo.
Existe uma variação específica do Conjunto de Mandelbrot que eu gostaria de apresentar, mas antes creio que deva continuar a narrativa que deixei inconclusa no artigo anterior.
Após ter vivido 29 anos como um príncipe, Sidarta resolveu sair do palácio onde o pai o havia enclausurado para que não visse as verdades da vida. Foi quando pela primeira vez ele viu um velho. Seu cocheiro explicou-lhe que todas as pessoas envelheciam, e a partir deste dia, ele começou a afastar-se cada vez mais do palácio.
Nestes passeios, o príncipe viu também doentes e mortos. Para tentar superar a doença, velhice e a morte, deixou o palácio do seu pai e foi viver uma vida mendicante acreditando que o ascetismo (exercício espiritual) fosse a única forma.
Encontrou alguns mestres que lhes ensinaram técnicas de meditação, mas por diversas vezes ele os abandonou em busca de uma vida liberta de tudo. Formou um grupo com outros quatro ascetas que tentavam encontrar a iluminação por meio da renúncia de bens materiais, inclusive alimentação, e pela prática da auto-mortificação.
Beirando a morte por falta de alimentação, Sidarta caiu num rio durante o banho e quase se afogou. Fraco, reconsiderou seu caminho, afinal morrer de fome não seria uma forma adequada de vencer a morte.
Ouvindo um músico a ensinar o discípulo, que um instrumento não tocaria se a corda estivesse frouxa e que esta se arrebentaria se estivesse demasiadamente esticada, ele enveredou pelo “caminho do meio”, uma alternativa de moderação afastado dos extremismos. Nem auto-indulgência, nem auto-mortificação.
Extremamente fraco de fome, aceitou leite e pudim de arroz de uma garota chamada Sujata. Ao ver isto, seus companheiros o abandonaram, acreditando que ele tinha desistido de sua busca e se tornado um indisciplinado.
Depois disto, Gautama sentou-se sob um Fícus (um tipo de figueira) e jurou não levantar-se mais enquanto não tivesse encontrado a verdade e, segundo a tradição budista isto ocorreu após 49 dias de meditação.
Sidarta passou a ser chamado Buda, o iluminado, por ter mergulhado na verdade da existência, ter compreendido as causas do sofrimento e os caminhos necessários para eliminá-lo: são as chamadas "Quatro Nobres Verdades". Práticas que levariam o indivíduo a um estado de suprema liberação, o Nirvana.
Há muitas imagens que ilustram esta iluminação. Inclusive imagens digitais como o Buddhabrot, a variação específica do Conjunto de Mandelbrot que citei no início do artigo e que pode ser vista abaixo.
O iluminado Buda dos velhos mitos recodificado numa imagem digital.
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