Viva o barulho - Mauricio Dias
A democracia é barulhenta. Movimenta-se. Não é paralítica, como diz Machado de Assis em crônica famosa do fim do século XIX.
Sob essa premissa é que Wadih Damous, presidente da OAB-RJ, analisa o cenário brasileiro, em que casos de corrupção se multiplicam e é destampado o conflito sobre a competência de o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) agir como órgão correcional. Conflito iluminado pela ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça, que rasgou o manto da hipocrisia: “Há bandidos escondidos atrás da toga”.
Damous fala dessa situação conturbada em que se insere a ministra.
“A democracia faz com que isso venha à tona. Essas práticas também aconteciam na ditadura, só que não havia Ministério Público livre, Congresso livre e, ademais, a imprensa estava amordaçada.”
Ele prossegue: “A impressão é de que só acontece agora. Mas o que vemos é algo arraigado
na administração pública desde a Colônia. O importante é que órgãos como o CNJ possam punir aqueles que se desviam da ética ou praticam irregularidades nas suas funções”.
Viva o barulho! Abaixo o silêncio!
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Na raça e na paz Dele,
J. Braga.
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