Geração Y existe e está entre nós! - Sidnei Oliveira

Sempre que encontro um novo artigo contestando a existência ou não da geração Y , me pergunto qual é o real interesse em levantar está falsa polêmica, pois na maioria das vezes, as alegações usam argumentações estereotipadas e superficiais.

Já se sabe que a Geração Y não pode ser vista apenas pelos estereótipos desgastados e irreais, que atribuem a este grupo características como “infiéis, insubordinados, arrogantes e questionadores”, pois na verdade, estas são características dos jovens em qualquer geração.

O verdadeiro fato novo é muito mais profundo, mais abrangente e afeta pessoas de todas as gerações, qualquer que seja a nomenclatura que se decida adotar.

A grande mudança que acontece atualmente é o aumento real na expectativa de vida. Isso altera profundamente a grande cadeia de expectativas, tanto nas relações pessoais como nas relações com as empresas – os grandes empregadores.

Até 1980, qualquer profissional, ao ingressar em seu primeiro emprego com 20 anos de idade, iria adotar um plano de carreira que contemplasse 35 anos, após isso, a expectativa era de uma aposentadoria de mais 10 anos, já que a expectativa de vida média até então, era de 65 anos.

Estes profissionais, hoje com idade média de 55 anos, descobrem que tem possibilidades reais de viver mais 30 anos, por isso não podem se dar ao luxo de se aposentar, ou melhor, parar de trabalhar, pois estão na plenitude profissional, tem saúde física, possuem acesso a instrumentos de qualificação e inevitavelmente, desejam sustentar o estilo de vida que alcançaram após tantos anos de trabalho.

Além disto, estes veteranos sabem que possuem um patrimônio bastante raro atualmente – a experiência – e utilizam este fator como principal instrumento para sustentar o “status-quo”, afinal, os jovens da geração Y ingressam no mercado de trabalho muito mais tarde e apesar de possuírem eventualmente um maior preparo teórico, carecem justamente de experiência e atitude profissional.

O grande debate não deve ser sobre a existência ou não de uma geração, e sim sobre como alinhar as novas expectativas profissionais - que buscam a integração produtiva entre a vida pessoal e profissional - com os modelos de gestão existentes atualmente nas empresas, de modo a transformar o potencial, tanto dos veteranos como dos jovens, em inovações que auxiliem neste novo mercado, cada vez mais globalizado, dinâmico e competitivo.
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Na raça e na paz Dele,
J. Braga.

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