Geração Y – Olhando por outro ângulo


Uma das perguntas mais comuns que recebo de meus clientes é como lidar com a geração Y. 

As palavras que mais ouço são: conflito de gerações, diferença de valores, percepções distintas. 

Gostaria de convidar o ouvinte a olhar esse assunto sobre um ângulo distinto. Mas primeiro gostaria de definir um pouco melhor o assunto. 

Não há consenso entre os estudiosos sobre o período de tempo abrangido por cada geração e por isso existem variações nos artigos e livros que pesquisei. Abaixo as definições mais comuns:

Baby Boomers – quem nasceu entre 1946 e 1960 
X – 1960 até 1980
Y – 1981 até 2000
Z – 1990 até 2009
Alpha – Nascidos a partir de 2010

O que mais encontramos nos ambientes corporativos é a mistura entre indivíduos das gerações Baby Boomers, X e Y .


O primeira atitude diante dessa situação é aceitá-la como parte do processo evolutivo da vida e da corporação. Desde sempre as gerações mais recentes se encarregam de mudar a maneira de como percebemos e transitamos no planeta. 

O que mudou é a velocidade da produção e veiculação do conhecimento. Graças a todo arsenal tecnológico, dobramos o capital intelectual da humanidade em períodos cada vez menores.

Toda essa informação é de fácil acesso via internet. Lembro-me que na minha época de escola, as pesquisas para os trabalhos dependiam de visitas a bibliotecas, pesquisa em coleções de conhecimentos gerais como Conhecer, que saiam em fascículos semanais e depois eram encadernados, Enciclopédia Britânica ou Larousse, que tinham um ciclo de vida de mais ou menos 10 anos e publicavam livros anuais com as novidades do período. Hoje, ambas podem ser acessadas pela internet por um preço bem razoável. Ou seja, em minutos, consegue-se detalhes na rede sobre qualquer assunto, sempre tomando o cuidado de verificar se o site visitado tem credibilidade.

No entanto, é preciso cautela ao dizer que sabemos algo. Não podemos confundir informação com sabedoria. 

Uma coisa é tomar conhecimento de algo, outra é transformar este conhecimento em realidade. A vivência neste caso é fundamental.

No ambiente coorporativo, o solapamento das gerações se torna saudável, na medida em que os produtos e serviços atendem um grupo de clientes também heterogêneo.

O que mais me chama atenção é que muitos encaram isso com um olhar negativo. Ao analisar esta situação, opto por olhar este contexto de forma integralista, isto é, combinar as qualidades dos diversos grupos, somar a vitalidade do novo com a sabedoria de quem já passou por isso e fez acontecer. Permitir que haja troca de experiências, que se conteste o status quo, que se criem processos onde a linguagem possa ser, sempre, trabalhada e expandida.

Para que esse clima exista nas organizações será preciso identificar áreas afins entre as gerações. Os mais velhos, por serem mais experientes e maduros, terão que lidar com mais tranquilidade com os jovens que são mais afoitos, mais propícios a tecerem julgamento de valor, por falta de experiência de vida. Será preciso dialogar muito, mantendo os canais de comunicação abertos.
Quem tem filhos adolescentes sabe exatamente do que estou falando. 

Por terem vivido poucas experiências tecem julgamento rapidamente, baseados em seu capital intelectual e suas vivências. 

Quem viveu mais, sabe mais porque fez mais, errou mais, e por isso aceita melhor a diversidade de questionamentos, de processos, de soluções.
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Na raça e na paz Dele,
J. Braga.

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