A experiência de amar minha esposa

Outro dia vi uma entrevista de um velhinho estadunidense que falava (sem ter sido diretamente provocado) da esposa mais ou menos nos seguintes termos:


"(...) encontrar a minha esposa foi como descobrir uma espécie de combinação cósmico-divina que potencializou minha capacidade de ser um bom homem, um bom esposo, um bom pai, um bom profissional (...) e, desde que a conheci, faz de mim o ser humano mais feliz do mundo!"

Me arrepiei todo, pois me descobri plenamente representado naquela experiência. Assim como me senti nesse texto, que podemos apreciar mais abaixo.

A experiência de gratidão por ela me fazer tão bem não me impulsiona a fazer o "mesmo", como se fosse uma "troca". Não, não quero retribuir nada. Quero fazê-la feliz porque isso move meu sentido de existir. Fazê-la feliz virou uma missão. Sem esperar nada em troca, a não ser perpetuar dentro de mim o bem-estar em fazê-lo. 

A mitologia nos ajuda a entender a profundidade das experiências humanas. Oferece alguns elementos de inteligibilidade ao que, na verdade, é inexplicável.

(Te amo muito e sempre, meu amor!)
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Compartilhando a mesma alma


Brahma eliminou a suprema felicidade dos homens. Pode parecer uma punição. Mas não é. É só um estímulo ao desenvolvimento impossível no estado de êxtase causado por este sentimento.

Eu já disse isto no antigo anterior. O que (propositadamente) omiti nele para revelar neste, é que o deus supremo do hinduísmo manteve uma forma de felicidade alcançável aos seres humanos.

Ao formar as castas de seu próprio corpo, Brahma precisou colocar almas nos corpos inanimados. Para cada alma criada, ele separava dois corpos: um masculino e outro feminino.

Escolhidos os corpos, ele dividia a alma em duas partes e colocava cada metade num corpo diferente. Aquelas pessoas seriam o que hoje se chama comumente de “almas gêmeas”. 

Se os seres humanos que compartilhavam a mesma alma se reencontrassem (na Índia os casamentos são “arranjados” pelas famílias), então aquele casal seria inteiramente feliz. 
O mito grego do andrógino narra que os seres humanos no princípio possuíam quatro mãos, quatro pés e uma cabeça com duas faces. Zeus cortou–os ao meio, Apolo cicatrizou-lhes as feridas e a partir deste dia, passaram a ser dois os que antes eram um só.

Por conta disto, as almas de homens e mulheres jamais tinham seu anseio completamente satisfeito. E a saudade da união perfeita persistia eternamente. O ser humano só voltava a ser pleno quando encontra o abraço do seu amor, que traz, ainda que só por alguns instantes, a emoção da plenitude perdida.

Este mito é reincidente também em outras mitologias, pois demonstra um aspecto da natureza humana: encontrar a felicidade ao completar-se com outra pessoa.

Ou ao menos demonstrava.

Num tempo de desejos descontrolados, de angústia constante do pós-modernismo e relacionamentos descartáveis, parece ainda mais difícil encontrar esta alma gêmea num mundo tão confuso, mesmo com toda tecnologia à nossa disposição.

Há quem diga jamais encontrar sua alma gêmea, cara-metade, par-perfeito, ou qualquer outro termo que você prefira, quando na verdade nem estão buscando. Só querem uma satisfação imediata, um paliativo para a solidão, um placebo que não cura, só ameniza. E se o relacionamento não der certo, a fila anda...

Já eu, digo de experiência própria ter encontrado minha alma gêmea, habitando uma bela moça que conheci há quase nove anos. Ela era (e ainda é) muito bonita, gentil, carinhosa e dedicada.

E para garantir que ela jamais me escapasse, tornei-me seu namorado (da moça, não da alma), depois noivo e por fim marido.

E estou com ela casado há quase cinco anos. 

Dela é o abraço carinhoso que recebo a cada noite antes de dormir; o rosto que vejo a cada manhã ao acordar, as palavras que ouço que me fazer sorrir, as memórias mais felizes da minha vida.

Minha esposa Michele é certamente minha alma gêmea e sempre dedico a ela tudo que escrevo. Hoje em especial este artigo, pois daqui a dois dias (25/02) será seu aniversário.

À minha amada, que compartilha a mesma alma que eu, desejo uma longa vida ao meu lado, cheia de saúde, toda a felicidade que sentimos quando juntos e todo meu amor.


Alfredo Roberto Marins Junior

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Na raça e na paz Dele,
J. Braga.

Comentários

  1. Tb te amo muito e sempre!!!!
    E missão dada, tem que ser cumprida filho....!!rsrs

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