Vida e Morte - O que há do lado de lá?

Uma vez escutei uma reflexão muito bonita. Não era exatamente sobre a existência de Deus ou não. Mas da possibilidade de "vida após a morte". A comparação era a seguinte: 

Quando estávamos na barriga de nossas mães, aquele era o melhor lugar do mundo. Quentinho, confortável, seguro, farta alimentação, sem esforços. Enfim. Se nos perguntassem se queríamos sair dali, diríamos: 

- De jeito nenhum! Estou muito bem aqui. Deixe-me em paz aqui. Não preciso de mais nada.

Alguém argumentaria: 

- Mas aqui fora você vai poder brincar, ter amigos...

- Amigos??? Brincar??? O que é isso???

- Ah...ter amigos e brincar são duas das melhores coisas da vida. Você vai adorar, acredite. Todas as crianças amam brincar e ter amigos. Venha pra cá que você vai ver!

- Erh...(silêncio pensativo)...acho que não. Não. Não sei o que é isso, nem muito menos se vou gostar. Prefiro ficar aqui mesmo. Aqui é ótimo, estou satisfeito.

O que acontece conosco e a intermitente discussão sobre a "Eternidade", é algo parecido. Se alguém vem pra falar com a gente sobre um tal de "Céu", nossa reação quase natural é de desconfiança. Afinal de contas, estamos muito bem por aqui mesmo. "- Pra quê me dar esse trabalho? Eu não. Desnecessário." Outra postura pode ser: "- Ah, não vou entrar nessa não porque se depois não for verdade, pelo menos eu não me frustro". O ponto é: não sabemos nem temos código linguístico algum que seja capaz de traduzir uma experiência de Eternidade. Não sabemos o que é "brincar" ou "ter amigos"...fora isso, quem disse que vamos gostar? Não é verdade?! Pois é.

Crer não é um ato supersticioso. Crer não é assumir uma mentalidade mágica. Crer é a resposta a uma experiência de enamoramento de Deus. Ele nos amou primeiro e é por isso que nos inclinamos à fé. De momento, precisamos, embebidos desse ágape, lançar mão da fé e da esperança, pois não temos - de fato - como ter certeza se as "brincadeiras" que vamos fazer e os "amigos" que vamos conhecer existem mesmo. De qualquer forma, nascer de novo, ser como crianças, está ao alcance de todos. Basta querer.

Na raça e na paz Dele,

J. Braga.