Reflexões de período eleitoral - I

Em educação, diz-se que a aprendizagem se dá quando, no processo de interlocução entre sujeitos educadores e educandos, aquilo que é trazido pelos docentes para o espaçotempo escolar adquire "sentido" para os estudantes - de forma especial no sagrado chão da sala de aula.

A criança quando aprende algo novo se surpreende com ênfase. Sabe aquela tomada de ar de susto (sem ser susto), com olhar arregalado e sorriso no rosto?! Tenho presenciado muito isso com meu filhinho de 1 ano e seis meses. No fundo, a experiência dele é a de todos nós quando se acende aquela luzinha do "eureca!". Com o tempo, porém, vamos perdendo esse encantamento e reagindo com menor empolgação.

De qualquer maneira, seja com o João Pedro (meu filho), seja comigo, seja com o Joseph Ratzinger, seja com você que está lendo essas palavras agora, APRENDEMOS quando palavras, coisas, situações, contextos, pretextos, símbolos, ritos, mitos, estórias e histórias adquirem SENTIDO para nós.

Politicamente, meu aprendizado e leitura de realidade apontam objetivamente para o seguinte nessas eleições:

- Serra é competente e bom gestor, mas está do lado partidário errado, herdeiro udenista.

- Marina é confiável e autêntica representante do povo, mas participa de um projeto ainda incipiente, desprovido de robustez.

- Lula realizou um governo que, para desespero dos seus críticos, é substancial em todas as áreas: emprego e trabalho, habitação, relações internacionais, programas sociais, educação técnica e superior, etc, etc e etc. Preparou politicamente e abençoou uma gestora de inegável competência. Dilma é, portanto, a opção que faz SENTIDO!

Colocar tudo num balaio só e chamar todos de "farinha do mesmo saco" é, para mim, acomodação, nihilismo, omissão, covardia. Não leva a nada e não resolve nada. Recuso a ideia de "forças ocultas" a comandar os passos a serem dados por essa nação (sim, nação!). Se elas existem e são detectadas, cabe a nós permitir que elas atuem ou não.

Na raça e na paz Dele,

J. Braga.